Gestão de Pessoas

Como manter a cultura organizacional no home office

15 min de leitura | 19 de fevereiro 2021

Se já é difícil alinhar os valores e propósitos da empresa com a individualidade e ideais de cada funcionário no dia a dia, se torna um desafio ainda maior manter uma sólida cultura organizacional no home office.

A cultura organizacional pode ser definida como todas as crenças, costumes, valores e modos comportamentais desenvolvidos ao longo dos anos pela sua empresa.

São ações e comportamentos que ditam, conscientemente ou não, o modo de agir, se portar e trabalhar, ou seja, é a cultura que dá ritmo ao cotidiano e ao bom funcionamento da empresa.

No entanto, como manter forte essa cultura organizacional enquanto os funcionários trabalham em casa de home office, sem que os principais valores e ideais se percam?

É isso que esse artigo vai te ajudar a responder para que sua equipe continue atuando em harmonia mesmo sem os funcionários estarem reunidos no mesmo espaço. Boa leitura!

 

Mas afinal, o que é o home office?

De acordo com o Google Trends, o pico de pesquisa do termo home office foi de 15 a 21 de março de 2020, época em que começou o lockdown e muitas empresas adotaram o home office como modelo de trabalho.

Basicamente, o termo pode ser definido como escritório em casa, no qual o funcionário tem uma estrutura planejada para cumprir as tarefas cotidianas do trabalho como se estivesse, de fato, na empresa.

Esse conceito tem se tornado cada vez mais amplo, visto que até hoje, quase 1 ano após o início da pandemia, grande parte das empresas ainda mantém esse modelo operacional. A tendência é que tal modelo ganhe cada vez mais força mesmo quando tudo voltar ao normal, já que se mostrou extremamente eficiente em determinados segmentos.

 

Home Office x Trabalho Remoto

Deve-se atentar a uma grande diferença entre home office e trabalho remoto. Quando a empresa libera o funcionário ao home office, espera-se que ele trabalhe em casa, ou pelo menos próximo dali, já que, se houver a necessidade de reunião ou alguma ação presencial na empresa, ele possa comparecer.

Já o modelo de trabalho remoto pode ser executado de qualquer lugar do mundo em que haja acesso à internet e às ferramentas e tecnologias necessárias à sua função, não sendo necessária a presença do colaborador na empresa. Ou, quando houver essa necessidade, ele será avisado com antecedência para que possa se programar.

Espaços de coworking, cafeterias, hotéis e afins se mostram uma alternativa extremamente favorável a quem trocou os escritórios convencionais pela facilidade de trabalhar de onde quiser.

Leia também: Como adaptar a sua empresa para o trabalho remoto?

O home office pode ser extremamente benéfico às empresas, já que gera uma grande economia em contas de energia, água, etc., além da possibilidade de contratar profissionais que residem em outra cidade.

Os funcionários também ganham em autonomia, economia de tempo, deslocamento e, com organização e comprometimento, podem render muito mais e entregar resultados ainda melhores. Além disso, muita gente tem aproveitado esse tempinho em casa para relaxar e passar mais tempo com a família, fatores que agregam melhor qualidade de vida.

 

O que é e qual a importância da cultura organizacional?

Bom, como previamente citado, a cultura organizacional, também conhecida como cultura empresarial ou corporativa, é um conjunto de valores, crenças, comportamentos, ideais e ideias existentes em uma empresa.

Ela pode ser muito bem definida, a partir de missão, visão e valores da empresa, ou até mesmo ser algo mais implícito que faça parte da rotina dos funcionários, como dress code, maneira de se fazer determinada tarefa, espírito de equipe, tom de comunicação. Enfim, tudo aquilo que é transmitido, vivenciado e reforçado a todos os colaboradores.

Diferentemente do que se pensa, a cultura organizacional não está relacionada apenas ao âmbito interno.

Ela influencia até mesmo a maneira de lidar com clientes, investidores e fornecedores, já que um gerente, representante ou analista, por exemplo, não estão ali para falarem por si próprios, e sim, para representarem a organização a qual trabalham.

É por isso que é tão importante definir e manter uma sólida cultura organizacional, para que assim todos compartilhem os mesmos valores da empresa, se tornando uma comunicação unificada em que todos entendem e acreditam no que fazem e no que pregam, do estagiário ao CEO.

É fundamental entender que existem expectativas por parte da empresa ao colaborador e vice-versa. Ambas precisam caminhar juntas para que não haja desavenças ou discordâncias de nenhuma das partes. Assim, o colaborador sabe exatamente o que a companhia espera dele e o que esperar da mesma.

 

Tipos de cultura organizacional: qual se aplica à sua empresa?

Diferentes pensadores e autores definem diferentes tipos de cultura organizacional. Alguns nomes importantes como Nirmal K. Sethia, Mary Ann Von Glinow e Fons Trompenaars fizeram importantes contribuições sobre o assunto com pontos de vista distintos.

No entanto, para uma abordagem mais profunda, escolhemos os 4 tipos de cultura definidos por Charles Handy, pioneiro como especialista em gestão organizacional e considerado um dos nomes mais influentes da administração. Confira:

 

1. Cultura de Poder

Mais comum às pequenas empresas, a cultura do poder centraliza a autoridade em uma única pessoa, geralmente o gerente ou o dono da organização, o qual tem a responsabilidade de distribuir tarefas a partir de uma hierarquia claramente definida.

Esse tipo de cultura tende a priorizar os resultados acima de qualquer outro indicador de desempenho, o que pode gerar certa competição não saudável entre os funcionários, negligenciando fatores como espírito de equipe e coletividade.

Além disso, o senso de independência, crescimento e desenvolvimento do funcionário pode ser comprometido, decorrente de conflitos internos e poder centralizado.

 

2. Cultura de papéis

Essa cultura segue uma abordagem mais burocrática e dá prioridade aos papéis designados a cada funcionário dentro de uma empresa.

Isso permite uma maior definição de hierarquia, mas acaba resultando em processos rígidos e inflexíveis, já que cada um tende a se limitar às tarefas designadas e não encontra oportunidades para se desenvolver como profissional.

Em um primeiro momento, isso pode levar a uma tomada de decisão mais rápida e eficiente. No entanto, há uma perda significativa, pois não ocorre a troca de experiências entre os colegas de equipe, o que leva à falta de comunicação e a um espaço/ liberdade reduzidos para ideias e processos inovadores.

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3. Cultura de Tarefas

Uma cultura que valoriza a liberdade criativa e se concentra na resolução de problemas por meio de diferentes e específicos tipos de perfis.

Nesse modelo, as particularidades e habilidades individuais de cada funcionário são priorizadas, pois eles geralmente não se adaptam bem à monotonia e previsibilidade. Quando essas forças são unidas, a empresa se fortalece e os problemas são resolvidos facilmente por meio de um esforço conjunto.

Aqui, há espaço para a troca de ideias, inovações e aprendizado com a experiência dos outros. Isso resulta em tomadas de decisão mais ágeis e assertivas, além de maior eficiência nos negócios.

 

4. Cultura de Pessoas

Essa é uma das culturas mais buscadas por quem deseja crescer profissionalmente por meio de incentivos e valorização por parte da empresa.

Aqui, o trabalho em equipe, independência, individualidade e troca de ideias são constantemente nutridos. Tem-se uma preocupação com o bem-estar do colaborador, assim como seu desenvolvimento e integração com os demais colegas.

Geralmente há um plano de carreira bem delimitado, benefícios e vantagens que contribuem para maior retenção de funcionário. Quem trabalha ali, gosta de trabalhar ali.

Mesmo sendo uma cultura extremamente vantajosa às pessoas, deve-se atentar para que fatores como infraestrutura, relacionamentos com clientes e parceiros não comprometam o fluxo de trabalho e tudo continue funcionando bem.

 

Quais são os componentes da cultura organizacional?

Há uma certa pluralidade de elementos que constituem a cultura organizacional de uma empresa. Há quem os define como missão, visão e valores, mas queremos ir um pouco mais além, a partir de 8 elementos, que são:

 

1. Valores

Geralmente são definidos pelo fundador da empresa e englobam tudo aquilo no que ele acredita, seja sobre padrões comportamentais, ética, sustentabilidade, forma de trabalho e afins. É importante haver uma definição clara já que esses princípios influenciam a maneira de agir dos funcionários para que a empresa chegue aonde precisa da melhor forma.

 

2. Comunicação

É todo o processo pelo qual acontece a troca de informações entre os funcionários, incluindo tom e canais de comunicação, linguagem, costumes, comunicação com clientes e fornecedores, etc. As conversas acontecem por Skype ou WhatsApp? Há o uso de outras plataformas como Trello ou Flowup?

 

3. Normas

Tudo aquilo que é aceito ou não dentro da empresa, e que pode configurar punição. Fatores como dress code e pontualidade, por exemplo, variam de organização a organização.

 

4. Crenças e pressupostos

Geralmente são fatores que estão relacionados ao propósito da instituição e tidos como verdade absoluta em que todos acreditam e ninguém questiona pois já é algo definido e inerente à empresa.

 

5. Heróis

Sabe aquele funcionário modelo que representa bem aquilo que a instituição é e acredita? Esses são os heróis, que podem ser tanto funcionários mais antigos, ou alguém engajado que tenha uma história inspiradora.

 

6. Ritos, rituais e cerimônias

São eventos e atividades que já se tornaram tradição, como premiações, confraternização, ações de endomarketing, etc.

 

7. Histórias e mitos

Histórias são fatos verdadeiros que aconteceram e que podem moldar a construção da empresa ou fundador; enquanto mitos podem até terem sido histórias reais no começo, mas foram distorcidos com o passar do tempo ou em prol da organização.

 

8. Tabus

Tudo aquilo que ainda é mal visto dentro ou fora da empresa, geralmente assuntos polêmicos na sociedade em si. Englobam temas como preconceito, diversidade e temas que não devem ser discutidos no ambiente empresarial.

 

Como transmitir a cultura organizacional para equipes em home office?

Ok, entendemos o que é e qual a importância da cultura organizacional. Mas como continuar transmitindo todos esses valores à equipe com todos trabalhando em home office? Temos algumas dicas:

 

1. Feedback

Nada pior do que o funcionário se sentir no escuro, concorda? Se os feedbacks já são importantes presencialmente, trabalhando no home office se tornam ainda mais fundamentais. Reserve um tempinho para elogiar quem merece e para conversar com quem apresenta algumas dificuldades, isso faz uma tremenda diferença.

 

2. Momentos virtuais de convívio

Uma das coisas que os funcionários mais sentem falta é daquela conversa no corredor enquanto tomam um cafezinho. Por isso, separe um dia da semana para promover conversas descontraídas, que não tenham foco somente em trabalho ou reuniões.

É um momento importante de integrar a equipe e deixar o clima mais leve, amistoso e divertido.

 

3. Rituais

Geralmente toda segunda era servido um café da manhã especial? Ou, no dia do aniversário, o colaborador ganha alguma surpresa no escritório? Tente manter esses rituais.

Todo mundo gosta de se sentir valorizado, mesmo à distância. Por isso, aproveite essa economia nas contas do escritório e invista em alguns mimos à equipe. Não precisa ser elaborado, um cookie e um café entregues pelo delivery com certeza podem transformar o dia do colaborador.

 

4. Reuniões descontraídas

Mesmo quando o assunto exige seriedade, tente tornar esse momento mais leve: lembre-se de que todos estão em casa já há um tempo e os nervos podem ficar mais sensíveis, por isso, equilíbrio é palavra.

Elogie quando houver de elogiar, acolha quando houver de acolher, e cobre quando os resultados não forem suficientes, mas sempre mantendo a calma, educação e paciência.

 

5. Comunicação eficiente

A principal dica é centralizar as informações para que as tarefas não se percam e todos caminhem no mesmo ritmo, entendendo o que se espera de cada um.

Uma ótima alternativa é investir em plataformas integradas como o Flowup, o melhor software de gestão de projetos, equipe e financeiro, no qual você tem total controle sobre as tarefas, produtividade e finanças de sua empresa de forma integrada e totalmente online.

 

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