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Mapa mental: o que é e como fazer o seu

20 min de leitura | 30 de dezembro 2020

Você já parou para pensar na quantidade de informação que o seu cérebro processa todo dia? Publicidade, entretenimento, mídias sociais, é fato que um ser humano hoje está sujeito a muito mais estímulos do que alguém há 30 anos. Tal realidade se reflete em uma dificuldade maior de atenção e retenção das informações. 

Se você passa por isso, o mapa mental pode ser uma excelente ferramenta de gestão para te ajudar. Com ele, é possível realizar planejamentos estratégicos, memorizar informações mais rapidamente, desenvolver a criatividade e ainda tornar qualquer processo de criação mais visual e colaborativo. Quer descobrir como? Então, conheça essa ferramenta.

 

O que é um mapa mental?

Você já teve a necessidade de resumir informações de forma objetiva? Talvez com um objetivo de memorização ou apenas para ter uma ideia geral. Se sim, é possível que você já tenha percebido que fazer isso apenas em texto, nem sempre é a melhor forma. Mesmo que curtos, muitas vezes os textos não geram essa objetividade na hora de caçar informações. O que já não acontece quando pensamos em imagens. 

A ideia do mapa mental é unir esses dois formatos para potencializar a forma de representar algumas informações. Pode-se dizer que o mapa mental é uma ferramenta de gestão de informações. Por meio deles é possível reduzir, simplificar e representar de forma visual algumas ideias ou conceitos. 

Na prática, um mapa mental se assemelha a uma rede de conexões. No seu centro há uma ideia principal, o qual quer ser debatida, e ao redor dela vão saindo setas e linhas que a conecta com outras informações relevantes. Essas conexões são feitas da forma visual da preferência do autor, podendo usar setas, linhas, traços, mudando de cor. O objetivo é deixar a criatividade fluir mesmo, para que o mapa mental fique da forma que pareça mais clara para você. 

Além de ser uma ferramenta excelente para resumir/representar conceitos, o mapa mental também serve para gerar ideias. Pode ser muito útil realizar um processo de brainstorm acompanhado de um mapa mental. Ao selecionar um ponto de partida e ir puxando temas, ideias, palavras, sons, qualquer coisa relacionada, isso pode instigar a sua criatividade a ir a lugares que você não esperava. 

Origem do conceito

A criação do “mapa mental” como conhecemos hoje é atribuída ao psicólogo, escritor e consultor em educação Tony Buzan. Na década de 1970, estudando formatos de aprendizagem, ele percebeu que as anotações lineares eram muito limitadas, até porque não é assim que o cérebro funciona. Quase nunca seguimos uma linha reta de raciocínio, quando estamos falando de memória e criatividade. A mente faz associações, muitas vezes até imprevisíveis, e disso surgem ideias e lembranças. 

Por exemplo, se você tiver que pensar em “cinema”. Essa única palavra pode ativar diversos outros conceitos e formas de raciocínio. Você pode pensar em:

  • história do cinema;
  • artistas famosos de cinema;
  • gêneros de filmes;
  • filmes recorde de bilheteria;
  • as instalações físicas dos cinemas;
  • o preço do ingresso;
  • a origem da palavra “cinema”.

 

Possibilidades de mapas mentais

Entre diversas outras possibilidades. Muitas delas podem não te interessar, mas elas vêm a mente. Fazer um mapa mental te dá o potencial de resumir e descrever o que mais te interessa sobre um determinado tema, de forma muito objetiva.

Percebendo isso, o psicólogo começou a fazer testes para tentar entender o que funcionava melhor. Na tentativa de mimetizar essa forma do cérebro pensar, ele chegou a um modelo que aparenta uma espécie de diagrama, em que ao centro há o tópico principal e ao seu redor informações ramificadas. 

Além disso, ele percebeu que adicionar cores diferentes e desenhos também traziam um efeito positivo. Assim, surgiu o conceito de mapa mental tal qual conhecemos, que pode ter diversas aplicações, como você verá a seguir.

Outro truque usado nos mapas mentais para poder facilitar o aprendizado é a ideia de que nossos cérebros evoluirão para guardar informações referentes a lugares. Evoluímos para lembrar onde ficava o rio, ou aquela árvore que dá frutos; por onde passa aquela manada de bichos em determinada época do ano.

Por isso, sempre que associamos uma informação a um lugar, nosso cérebro tende a guardar ela melhor, e fica mais fácil para nós acessarmos estas informações. No mapa mental, história do cinema fica “abaixo” de cinema. Veja como, conceitualmente, localizamos essa informação em um espaço, um lugar.

Ao criar seus mapas mentais, busque visualizar ele como um espaço onde você está registrando informações, e veja sua hierarquia como lugares onde estas informações são registradas.

Quais são as vantagens de usar um mapa mental?

De modo geral, a maior vantagem de utilizar o mapa mental é transmitir o que você deseja com mais eficiência. Isso acontece porque, ao lançar mão dessa ferramenta, você utiliza os dois lados do cérebro: o criativo e o racional. Essa duas características juntas tornam uma informação mais compreensível e fácil de memorizar. Quer conhecer outros exemplos de vantagens? Confira abaixo:

Aprender com mais facilidade

Ao organizar as suas temáticas de estudo por meio de mapas mentais, é possível assimilar mais fácil o conteúdo. Assim como já foi comentado, o cérebro funciona por meio de associações. Porém, isso pode ter seu lado negativo. É possível que a sua mente vá criando relações até um ponto que já não está na sua temática de interesse. Sabe quando você nem sabe como começou a pensar em determinado assunto? Ter um mapa mental pode ajudar a manter essa relação dentro de um universo de interesse. 

Outro ponto importante nesse caso, é que o mapa mental consegue sintetizar um grupo de informações de forma simples. Isso oferece uma facilidade na hora de lembrar sobre determinado assunto, assim como agiliza a compreensão. 

Desenvolver a criatividade

Os mapas mentais mimetizam o pensamento não linear, que é a forma como a mente trabalha, porém dificilmente é a forma como uma pessoa se expressa. Toda vez que vamos tratar de algum assunto, a nossa mente realiza esse processo, fazendo diversas conexões e acessando os conteúdos relacionados. O que costumamos expressar é apenas o final desse processo. Tanto por uma questão de objetividade, mas também por julgamento. 

Porém, ao falar de desenvolvimento de criatividade, saber como frear esse julgamento é muito importante. Um bom exercício para isso é construir mapas mentais, durante brainstorms. Conhece esse conceito? A tradução literal é “tempestade cerebral”, o que tem muita relação com o processo de verdade, que consiste em um momento de dar ideias, sem julgamentos. Vale tudo o que vier na mente. 

Aqui a intenção é diferente de quando se utiliza essa ferramenta para o estudo. Ao estudar, o objetivo é sintetizar um conteúdo, mostrando um panorama geral. No brainstorm, a proposta é seguir ao contrário: sair de um lugar que você conhece, para descobrir as conexões que não conhece.

Você pode se surpreender com tudo o que pode surgir no final, assim como combinações improváveis. 

Facilitar a transmissão de ideias

Outra grande vantagem dessa forma de apresentação é a capacidade de demonstrar todo o raciocínio, o percurso que uma pessoa percorreu para chegar em tal lugar. Além disso, o mapa mental é uma ferramenta visual, o que o torna mais atraente aos olhos, do que apenas blocos de textos. Ambas essas características facilitam o entendimento das informações apresentadas. 

 

Como fazer um mapa mental?

Existem duas formas para você fazer o seu mapa mental: desenhando ou por meio de programas. Se você desejar fazer isto através de ferramentas digitais, acompanhe o conteúdo que logo mais traremos uma lista com essas ferramentas. 

Agora, vamos mostrar a maneira mais fácil de fazer, que é utilizando materiais que todo mundo tem em casa: lápis e papel. Você só precisa disso para criar o seu mapa mental. Se quiser ir além, pode acrescentar umas canetas ou lápis de cor, para dar um capricho a mais e deixar a sua criatividade fluir livremente. Veja só o passo a passo logo abaixo.

Organize o seu material

Junte tudo que você for utilizar na mesma mesa, para que você ter concentração total nesse momento. Manter a sua folha na horizontal pode ser a melhor pedida, assim você tem mais espaço para trabalhar dentro do seu campo de visão natural, o que facilita muito. 

 

Defina o tema 

É muito importante ser específico nesse momento, sendo assim defina apenas um tema. Escreva-o no meio do papel e deixe a sua mente trabalhar a partir deste estímulo único. Se quiser, envolva a palavra com algum elemento visual. Pode ser um elemento geométrico ou quem sabe um desenho que represente a ideia central. Opte por usar palavras-chave e não frases, pois textos grandes tiram o foco. Além disso, escrever menos também é um excelente exercício de síntese. 

 

Crie associações

Olhando para o seu tema central, comece a criar associações. Se você estiver utilizando o mapa mental para estudo, pense nos tópicos relacionados aquele tema que vale a pena serem destacados. 

Por exemplo, se você estiver estudando sobre Marketing de Conteúdo, você pode puxar setas para assuntos como: vídeos, blog, redes sociais. Nesse caso, esse mapa estaria focado em plataformas que podem ser aplicados essa estratégia. Mas, também seria possível você puxar desse tema os estágios do funil de conversão, e a partir daí indicar de que forma pode relacionar um tema ao outro.

No caso de você utilizar o mapa para brainstorm, basta deixar fluir e anotar o que vier a sua mente sobre aquela palavra. Não se importe com sentido no primeiro momento, só deixe a imaginação seguir livremente.

 

Vá além nos subtópicos

Você pode criar quantas camadas desejar. Para cada subtópico aberto, você pode criar mais subtópicos, enquanto isso fizer sentido para você. Pelo tamanho da folha, e até por uma questão de facilidade na visualização, é sugerido que não passe de 4 camadas, mas isso vai depender muito da forma que você organizar seu mapa. Um mapa feito através de ferramentas digitais pode acomodar muito mais informações sem atrapalhar a sua compreensão no futuro.

Nesse momento, é bom manter em mente a hierarquia da informação, organizando os tópicos relacionados entre si e seus respectivos subtópicos. Por exemplo, “cinema” está paralelo à “música”, abaixo de “entretenimento e arte”; enquanto, abaixo de “cinema”, temos “história do cinema” e “artistas famosos do cinema”. Se formos adicionar “filmes record de bilheteria”, podemos localizar ele abaixo de “história do cinema”.

Para facilitar, tente mudar de cor ou a forma do traço a cada nova camada que você abrir. Além de deixar mais bonito, isso ainda vai ajudar na compreensão. Ainda está meio confuso? Não se preocupe, vamos te apresentar exemplos de onde usar mapas mentais logo em seguida.

MAPAS MENTAIS

Para quê serve um mapa mental?

As possibilidades de uso do mapa mental são inúmeras. Por isso mesmo, às vezes, é possível ficar um pouco perdido. Se você ainda está confuso em relação a como você pode utilizar essa ferramenta, vamos apresentar algumas aplicações práticas.

Brainstorm

Como já foi dito acima, o mapa mental é uma excelente ferramenta para usar durante um brainstorm. Ele auxilia no registro e encadeamento das ideias, para que ao final seja possível entender o caminho percorrido. Assim como, esse mesmo encadeamento estimula novas ideias a surgirem. 

Tomar notas

Sabe quando é preciso anotar informações de forma rápida? Pode ser em uma aula ou reunião, por exemplo. Ao tentar fazer isso por meio de texto corrido pode ser muito difícil, porque é mais demorado. Por meio dos mapas mentais, é possível registrar o processo de forma mais objetiva e bem localizada, o que vai facilitar na hora da revisão.

Planejamento

Planejar eventos, estratégias, projetos com o auxílio de mapas mentais é uma boa alternativa. Tudo fica mais visual e simples, permitindo que toda a equipe possa colaborar de forma mais fácil. 

Memorizar

Os mapas mentais reproduzem a forma como o nosso cérebro pensa e acessa informações. Portanto, se o objetivo é a memorização, nada mais sábio do que utilizá-los. 

Pautas de conteúdo

Por um bom tempo aqui no Flowup usamos mapas mentais para criar nossas pautas de conteúdo. Hoje, administramos elas em um de nossos quadros Kanban, cm o objetivo de centralizar a informação em um só lugar. Porém, os mapas mentais ajudavam bastante a registrar nossas ideias para que os redatores pudessem visualizá-las de forma rápida e simples. 

4 ferramentas para montar mapas mentais online

Para quem deseja manter um registro mais organizado dos seus mapas mentais, ou até mesmo, pretende fazer isso com muita frequência, usar ferramentas digitais pode ser a melhor solução. Assim, é possível ganhar mais agilidade na hora de fazer e compartilhar, além da segurança de ter tudo sempre salvo. 

Nem todas as ferramentas são completamente gratuitas, porém para começar a implementar essa estratégia no seu dia a dia, o que elas deixam liberado para o público já é suficiente. Confira uma lista com as principais ferramentas.

Mindmeister

O Mindmeister foi a primeira ferramenta digital de criação de mapas mentais do mundo, então certamente é possível dizer que eles têm experiência no assunto. O site possui uma versão gratuita, porém limitada em número de mapas que podem ser criados. 

Coggle

Uma boa opção para quem está começando a criar mapas mentais. O seu site oferece uma versão paga e uma gratuita, que possui um limite de mapas que podem ser criados. Mesmo assim, é possível ter acesso a diversos ícones, imagens e modelos de mapas. O site ainda não está 100% traduzido para o português, então se você não fala inglês talvez seja melhor buscar outra opção. 

Xmind

O Xmind também é uma ferramenta de mapa mental extremamente poderosa, embora só esteja disponível em inglês. Possui diversas funcionalidades, que são reduzidas na versão de avaliação, mas nada que impeça o uso satisfatório da ferramenta. Se a ideia não for utilizar o seu mapa para algum uso comercial, esta ferramenta é mais que suficiente.

Canva

Embora o Canva não seja uma ferramenta específica para criação de mapas mentais, ela pode servir este fim tranquilamente. Você pode observar modelos pela internet e reproduzi-los no Canvas, de acordo com a sua necessidade. É uma ferramenta fácil de utilizar e gratuita para quase tudo que você pode fazer.

 

Qual é a diferença entre mapas conceituais e mapas mentais?

Embora à primeira vista possa parecer a mesma coisa, esses dois conceitos apresentam propósitos diferentes. Ambos são representações do pensamento e se organizam visualmente a partir de uma ideia chave, porém há uma diferença. 

O Mapa Conceitual é um modelo desenvolvido na década de 70 pelo pesquisador Joseph Novak, como o propósito de organizar ideias, conceitos e informações, a partir de uma representação gráfica. Na prática, é colocado conceitos escritos em figuras geométricas, que se conectam por traços que contém expressões de ligação para dar sentido a essas conexões. Por exemplo, utilizando verbos ou locuções como: “deriva de”, “igual a”, “origina”. A intenção é descrever as articulações estabelecidas. 

Já os mapas mentais partem de uma ideia central, que organiza as informações por associação, ou seja, da mesma forma que o nosso raciocínio acontece. Em cada item do mapa, há apenas uma palavra, ou uma pequena frase, que vão se encadeando. No mapa mental, como já vimos, também se trabalha com cores, imagens, links, símbolos, qualquer coisa que vá facilitar a compreensão e memorização. 

A diferença entre os dois se dá basicamente pela maior liberdade que existe nos mapas mentais, que permite uma mobilidade maior na sua construção e não serve a um único propósito, podendo ser usado para diversos fins.

 

Considerações Finais

É inegável os benefícios que o mapa mental oferece: estímulo da criatividade, facilidade na memorização, simplificação de conceitos, registro visual de ideias. Tudo isso se dá, principalmente, pela mimetização que a ferramenta do mapa mental faz da forma como o cérebro funciona. Por isso, ele não possui um uso específico, podendo ser aplicado nos mais diversos contextos, seja no trabalho ou na vida pessoal. 

Experimente criar um mapa mental e veja como as informações vão ficar mais claras. Pode parecer um pouco complicado inicialmente, mas você vai perceber a diferença que fará na rotina. 

Gostou de aprender sobre o mapa mental? Então, que tal descobrir outras formas de organizar melhor o seu trabalho? Confira agora nosso ebook gratuito sobre o tema:

 

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